Tratamentos

Cirurgia Metabólica

 

CIRURGIA METABÓLICA – PARA A DIABETE

A diabete afeta cerca de 14 milhões de pessoas no Brasil e o número cresce ano após ano. Entre as causas estão, além dos fatores genéticos, o aumento da obesidade decorrentes de maus hábitos alimentares e sedentarismo.

A diabete tipo 2 surge, em geral, na fase adulta e está ligado à resistência à ação da insulina e diminuição da sua produção no pâncreas, ação deficiente de hormônios intestinais, dentre outros. A obesidade, dislipidemia (elevação do colesterol e triglicerídeos), hipertensão arterial, histórico familiar da doença ou de diabetes gestacional, e o processo de envelhecimento são os principais fatores de risco.

Por ser uma doença crônica e progressiva, a diabete pode causar sérios danos para a saúde como cegueira e amputações. Por isso, é recomendado que seja diagnosticado e tratado o mais cedo possível.

No entanto, por ser uma doença silenciosa, a diabete é difícil de ser diagnosticada: uma pessoa pode ter diabetes por muitos anos sem apresentar qualquer sintoma da doença. A única maneira segura de detectar a presença da diabete é através do exame de glicemia em jejum ou hemoglobina glicada, que mede a quantidade de açúcar na corrente sanguínea.

Sintomas do Diabetes

Veja alguns dos sintomas frequentes da diabete tipo 2:

  • Sede excessiva;
  • Urina em grande quantidade;
  • Fome excessiva;
  • Perda de peso;
  • Fadiga;
  • Visão turva.

 

Silenciosa, a diabete tipo 2 apresenta vários riscos para a saúde do paciente, entre eles problemas cardíacos, Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas na visão, insuficiência renal, neuropatia, hepatite, impotência sexual e amputações.

Cirurgia para a diabete

Em dezembro de 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a resolução Número 2.172, que traz novas regras e amplia a indicação da cirurgia metabólica para o tratamento de pacientes com diabete.

Na cirurgia metabólica ocorre o mesmo procedimento da cirurgia bariátrica. A diferença entre as duas é que a cirurgia metabólica visa o controle da doença da diabete. Já a cirurgia bariátrica tem como objetivo o controle da doença obesidade, com as metas para contenção das doenças associadas, como a diabete e a hipertensão, em segundo plano.

Foi normatizado que a cirurgia metabólica indicada para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 se dará, prioritariamente, por bypass gástrico com reconstrução em Y-de-Roux (BGYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da BGYR, a gastrectomia vertical (GV) será a opção disponível. Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes.

 

GASTROPLASTIA EM Y DE ROUX

Também chamada de Bypass gástrico em Y de Roux, "Redução do Estômago”, ou Cirurgia de Fobi-Capella

O que é: Realiza-se um grampeamento e secção que reduz o tamanho do estômago a cerca de 10% do que era, ficando com capacidade de 15 a 20 ml. O pequeno novo estômago fica separado do estômago grande, recebendo somente ele (o pequeno) a alimentação. Após, é realizado um desvio de trânsito alimentar (bypass ou derivação em Y) diretamente a uma parte distal do intestino delgado.

VANTAGENS: perda de peso adequada e duradoura, com baixo índice de insucesso. Tratam também a doença do refluxo. Apresentam taxas aceitáveis de complicações a longo prazo. Sãoo potencialmente reversíveis, embora com dificuldade técnica. Essa operação apresenta efeitos metabólicos independentes da perda de peso. Ocorrem modificaçõeses funcionais e hormonais do tubo digestivo, com efeitos benéficos adicionais sobre o controle ou reversão das comorbidades metabólicas, em especial sobre o diabete tipo 2. Resultados conhecidos em longo prazo por ser utilizada há mais de 30 anos.

DESVANTAGENS: acesso limitado ao estômago excluído e ao duodeno para métodos radiológicos e endoscópicos. Maiores chances de deficiências proteicas e anemia, evitáveis através do seguimento multidisciplinar vitalício.

 

 

 

GASTRECTOMIA VERTICAL

A gastrectomia vertical (gastrectomia em manga, gastrectomia longitudinal, gastrectomia sleeve) é uma das cirurgias regulamentadas no nosso país, com bons resultados em múltiplos centros em vários países. Funciona com uma restrição gástrica, com remoção de 70% a 80% do estômago, assim como um componente hormonal associado (redução da grelina).

VANTAGENS: possui mecanismo de ação restritivo e metabólico. Não exclui o duodeno do trânsito alimentar, portanto pode diminuir a interferência na absorção de alguns sais minerais e vitaminas. Permite acesso às vias biliar e pancreática por métodos endosópicos habituais.

DESVANTAGENS: método irreversível. Pode produzir complicações de alta gravidade e difícil tratamento. Esta técnica cria refluxo gastroesofágico (pirose, ou azia que sobe pelo esôfago) em cerca de um terço daqueles pacientes previamente assintomáticos, e pode exigir tratamento com medicamentos pelo resto da vida ou até mesmo nova cirurgia para o seu controle. Ainda não existem dados definitivos quanto à sua eficácia em longo prazo na perda e manutenção do peso.