Tratamentos

Primeiros Passos

Quando decide tratar a obesidade, o paciente passa por várias etapas de atendimento. O primeiro passo é o agendamento da Palestra de Acolhimento, a qual se constitue na parte informativa de uma consulta inicial. Nesta oportunidade, poderá ser agendada a primeira consulta com um dos médicos do SAO, para avaliação específica de cada caso individualmente. No final da primeira consulta médica, pode-se optar por um tratamento clínico multidisciplinar ou pela avaliação mais específica da equipe, visando algum possível procedimento futuro. O tratamento clínico multidisciplinar é baseado na mudança de hábitos diários, incluindo a realização de atividades físicas dimensionadas ao paciente específico e a aquisição de atitudes alimentares que suportem a exigência dos exercícios físicos, bem como o controle dos fatores psicológicos comumente presentes. Medicamentos podem ser eventualmente receitados. Ao escolher a opção da avaliação mais específica da equipe, ocorrerá a avaliação com todos os profissionais da equipe multidisciplinar, com o objetivo de definir a melhor estratégia de tratamento, em conjunto com o paciente e seus familiares. Entre as estratégias possíveis no final da avaliação estão a continuidade do tratamento clínico, a opção pelo tratamento clínico-cirúrgico ou ainda do clínico-balão intragástrico. Este último é colocado e retirado por meio da endoscopia digestiva alta, sendo considerado um método temporário não cirúrgico de potencialização das novas medidas clínicas adotadas.

A obesidade se caracteriza por ser uma doença de excesso de gordura corporal, e constitui-se em fator de risco para uma série de doenças ou distúrbios: diabete, hipertensão arterial, doenças cardio e cerebrovasculares, câncer, diminuição da imunidade, osteoartrites e apneia do sono entre tantas outras. Fazem parte das consequências da obesidade a diminuição do tempo e qualidade de vida, baixa autoestima, sobrecarga da coluna e membros inferiores, bem como suas consequentes degenerações (artroses) das articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, os danos psicológicos e o prejuízo estético, entre outras.

Uma das formas mais precisas para a avaliação da obesidade é através da balança de bioimpedância, uma moderna tecnologia capaz de medir os diferentes compartimentos corporais, dividindo-o em massa magra, massa gorda e água corporal. Trata-se de uma abordagem essencial quando um dos principais objetivos é a perda da massa gorda em excesso, o que caracteriza o controle orgânico da doença da obesidade. 

Outro critério de avaliação é o Índice de Massa Corporal (IMC), que é definido segundo a fórmula: 

IMC = Peso (kg) / Altura x Altura

Até 25 kg/ m²

Normais

de 25 a 30 kg/m²

Pesados (Sobrepeso)

de 30 a 35 kg/m²

Obesos leves (Grau I)

de 35 a 40 kg/m² 

Obesos moderados (Grau II)

mais de 40 kg/m²

Obesos severos (Grau III)


Um paciente, por exemplo, com peso de 136 Kg e altura de 1,60m terá o seguinte índice de massa corpórea, segundo a fórmula: 

IMC = 136 / (1,6 x 1,6) = 53,12 kg/m² (obesidade grau III ) 

Obesos mórbidos são aqueles que possuem obesidade grau III, ou mesmo grau II com doenças comórbidas. Doenças comórbidas são aquelas que têm grande potencial de melhora com o controle da obesidade, como a diabete, a hipertensão, o colesterol e triglicerídeos aumentados e a apneia do sono, entre outras. Sabe-se hoje que obesos mórbidos podem ter grande benefício com a cirurgia bariátrica, desde que compreendam que a operação é parte do tratamento, e que é imprescindível a manutenção das novos hábitos e o acompanhamento com equipe multidisciplinar pelo resto de suas vidas (tratamento clínco-cirúrgico vitalício).